Da ironia à invenção
Marcus André Vieira
1988
Partiremos da expressão “clínica universal do delírio”. Ela data de 1988 e foi cunhada por J.-A. Miller por ocasião do V Encontro Internacional do Campo Freudiano.[1] Apesar do que parece indicar, foi uma intervenção mais epistemológica do que clínica (se entendemos esse termo no sentido de uma ordenação dos fenômenos de nossa prática). Para entendê-lo, é preciso ter em mente que ela se contrapunha ao título do encontro Clínica diferencial das psicoses, que claramente apontava para o diagnóstico diferencial.
O diagnóstico mobiliza. Para nós, o mais importante deles foi e continua sendo o dito “estrutural”, entre psicose, neurose e perversão. Vou me permitir tomá-los como três maneiras de estar na linguagem e situá-los a partir de uma analogia meio grosseira que me servirá mais adiante. Imaginemos o psicótico como o analfabeto em um ponto de ônibus: em relação de exterioridade com os sentidos da linguagem, capaz de ver sem ler e, mesmo assim, se virando, pois, afinal, poucos analfabetos dos milhões com que vivemos, deixam de pegar condução. É outro tipo de leitura que os orienta, com ganhos e perdas. O perverso, por outro lado, seria o letrado que preferiu deixar os óculos em casa e, por isso, se permite algumas barbaridades. Finalmente, o neurótico seria aquele que lê como se deve, mas que paga o preço que isso impõe (incerteza se leu direito, dificuldade de ver outra coisa senão o lido, as cores e os sabores, por exemplo, etc.).
O diagnóstico é fundamental, mas não pode ser um imperativo, caso contrário torna-se uma obsessão, e sabemos quantas vezes toda uma equipe ou mesmo instituição se deixa tomar por ela. É preciso saber usá-lo, o que implica ao mesmo tempo alcançá-lo e deixá-lo para trás, distrair-se com ele sendo ao mesmo tempo sério. É como entendo o que busca situar J.-A. Miller quando a ele contrapunha à expressão “clínica irônica”.
Em tensão com a clínica diferencial, a clínica irônica
Para começar, é difícil pensá-la como uma clínica, qualquer que seja a definição do termo que usemos. Seja a definição acima, “ordenação de uma prática” (de intervenção intersubjetiva), seja uma definição mais geral, sinônimo de “encontro”, não há clínica sem um mínimo de categorias e de diagnóstico. Aqui há apenas um diagnóstico extraído de Lacan, tão generalizado que deixa de ser um e se torna um postulado de base “Todo mundo é louco, isto é, delirante”.[2]
Delírio, nesse caso, não é o delírio dos psiquiatras, e sim mais próximo do que Freud chamava de “defesa”. Assume-se que todos os discursos que nos dão vida são defesas do ponto de vista do real. Isso deixa claro que não há estrutura na natureza, o que nos afasta de qualquer psiquiatrização biologizante de nossas categorias. Razão para dizer que a clínica irônica não é outra clínica, é muito mais um vírus inoculado em nossas categorias.
É um ponto de vista transestrutural, mas é preciso, como faz Miller, apressar-se em ironizá-lo, pois senão, tal ponto de vista extremo, belvedere sobre todos os humanos, se confundiria com o olhar de Deus. Não há ponto de vista do real. Ninguém vive ali. Por isso, o paradigma desse sujeito “de fora” não será o de nenhum superanalisado, mas, suprema ironia, daquele que é “apanhado sem ajuda de nenhum discurso estabelecido”, o esquizofrênico.[3]
Que fique claro: não é tanto o paciente esquizofrênico, mas a virulenta ironia de que ele pode ser capaz da qual nos aproxima a seguinte situação: no velório, duas velhinhas conversam e uma diz “morreu de quê?”, “de gripe” é a resposta, ao que a primeira retruca: “ainda bem que não foi de nada grave”.
Apesar do extremado desse ponto de vista é preciso, na medida do possível, incluí-lo em nosso olhar se quisermos estar à altura do que se realiza em uma análise, pois ela tem em seu horizonte uma singularidade tal que nenhuma categoria ou discurso alcança. Nela, um sujeito abandonado pela crença no Outro e suas hierarquias de gravidade deve encontrar um modo de seguir.
O voto de Miller é que nos sirvamos das categorias de que dispomos, apoiando-nos em seu mecanicismo com o tempero da ironia. Uma não sem a outra. “A escolha é uma escolha forçada: ou bem nossa clínica será irônica, isto é, fundada sobre a inexistência do Outro como defesa contra o real, ou bem será apenas uma cópia pouco criativa da clínica psiquiátrica.”[4]
1998
Na convenção de Antibes, dez anos após, reúnem-se os analistas do Campo Freudiano em torno de um conjunto de casos clínicos. Era o terceiro encontro de uma série. No primeiro, destacavam-se os “efeitos de surpresa nas psicoses”; no segundo, que ficou conhecido como A conversação de Arcachon, buscava-se imaginar, com toda a seriedade da ironia, uma clínica cuja tripartição estrutural de base fosse deslocada. Não mais, portanto, nossas categorias clínicas, de um lado e sua vacina irônica, de outro, como em 1988. Um passo a mais no sentido de articular essas duas dimensões estava sendo dado.
É que até então havia um elemento com relação ao qual se distinguiam as três estruturas, o Nome-do-Pai. O analfabeto, o leitor ideal e o que deixa os óculos em casa se ordenavam com base no modo como cada um se relacionava com uma concepção de leitura padrão, digamos, aquela que se aprende na escola. E se, no entanto, não mais houvesse esse elemento discriminante? Ou melhor, se esse elemento fosse rebaixado, tornado um meio entre outros de tomar o ônibus? Nos termos de Arcachon: E se o nome do pai fosse apenas um sintoma como outro?[5]
Não que fôssemos agora ingressar em um pragmatismo ingênuo do tipo “tudo é válido, desde que se tome o ônibus, as diferenças não importam”. Se assim fosse, quais parâmetros erigir para delimitar um funcionamento adaptado? Isso nos deixaria reféns de termos mais vagos como “autonomia” e “liberdade” de ação, para definir onde estamos pisando, além de nos levar a submeter as singularidades com que lidamos à sua integração no geral da ordem pública − exatamente o avesso da psicanálise.
No entanto, graças a essa discreta relativização da função paterna, já podemos investigar com nossos casos um novo ângulo para a vida sem o Nome-do-Pai. Estamos bem mais “de dentro”, pois cada caso de psicose passa a demonstrar a vida sem uma avenida principal, em lugar de destacar (é o que tenderíamos dizer até então) como é possível remediar a falta de uma. A mudança é sutil mas rica em consequências.
A psicose ordinária
Surge a possibilidade de a psicose ser invisível. Ela é psicose, claro, mas não como a psicose desencadeada e nem mesmo como a pré-psicose, tal como esses termos são definidos em O seminário, livro 3: as psicoses.[6] Assume-se que em alguns casos, não poucos, ela talvez só possa ser reconhecida por “sinais mínimos” de foraclusão, tão mínimos que às vezes inacessíveis e somente postulados. Nasce a psicose ordinária.[7]
Abre-se uma discussão que ainda está na ordem do dia, pois a hipótese da psicose ordinária atinge o conceito de desencadeamento. Serão três coisas distintas, como acima? Devemos aproximar a psicose desencadeada dos sintomas “produtivos” dos psiquiatras, alucinação e delírio, tal como parece fazer Lacan no Seminário 3? Ou seria melhor estender o conceito e supor, como faz, por exemplo, M.-H. Brousse que toda psicose é desde sempre desencadeada, ou seja, toda psicose é ordinária até se tornar a psicose “clínica”, desencadeada, rica em sintomas, em suma extraordinária?[8]
Daquilo que era uma pergunta um ano antes, em Arcachon − e se o Nome-do-pai fosse um sintoma como outros? − decorre nesse momento uma hipótese de trabalho que se enuncia afirmativamente: existem outros modos de seguir na existência que não o Nome-do-Pai ou seu déficit. Nesse sentido, assume-se que talvez seja possível a um psicótico, mesmo analfabeto, tomar o ônibus toda vida sem que jamais se perceba sua ‘analfabetice’. Mais do que isso, já não se sabe mais o que seria analfabetismo, pois agora apenas podemos distinguir diferentes modos de letramento. É o que se enuncia como “a foraclusão é para todos” e que está implícito no “todos delirantes”. Todos têm de arranjar um jeito para tomar o ônibus, apenas o neurótico está condenado a fazê-lo pelo sintoma que tem − o de sempre tomar os óculos emprestados do Pai. A chamada pluralização dos Nomes-do-Pai, também conhecida como teoria da foraclusão generalizada, ou do sintoma generalizado como prefere Pierre-Gilles Guéguen, ganha aqui todo sentido.[9]
Uma linha de partilha
Não se trata, porém, apenas de propor o múltiplo do sintoma em lugar do Uno do pai, ficando em dia com um tempo que tem horror à Lei com maiúscula, que prefere o consenso e a negociação em lugar de valores universais (mesmo “liberdade, igualdade e fraternidade”), que ama a galáxia culturalista, dos cases, das comunidades do Facebook e do Orkut e das doenças transtornos do DSM.[10]
Para desenvolver este ponto, preciso abrir um parêntese e delimitar como a Convenção de Antibes está situada em seu tempo. Ela não é exatamente a descoberta de uma nova entidade, nem a capitulação dos lacanianos que finalmente teriam aceitado a possibilidade de uma estrutura intermediária, borderline, nem uma ideia genial de Miller isolada, mas uma posição tomada pela comunidade que encarnamos, na EBP e na AMP como um todo.
Que não haja mais uma referência universal já se tornou um lugar-comum. Para sintetizar, escolho o termo destacado por É. Laurent: estaríamos no fim da “transcendência” como viga mestra de uma vida, no ocaso da culpa, na falência dos ideais, do sujeito neurótico vitoriano, etc.[11]
Dada essa quase unanimidade, apresenta-se uma linha de partilha. Ela se localiza entre aqueles que sustentam a hipótese de um novo tempo em que não se pode mais contar com o Pai como lugar dessa referência, nem com o Outro, nem com o desejo, com nenhuma falta, etc., e aqueles que reconhecem o fim da autoridade paterna, mas não do Nome-do-Pai como um universal exclusivamente formal, o furo necessário à própria linguagem, um elemento vazio que permitiria que se esteja na fala. Seguindo-se essa linha, a figura do patriarca talvez nos tenha deixado, mas o zero de base para que se entre na cadeia, o desejo, menos como falta e mais como uma ausência lógica para o ser falante mesmo invisível em meio a tantos excessos, não.
2008
Com a psicose ordinária abre-se uma alternativa à dicotomia acima. Não é preciso tomar partido de um ou outro lado, o dos pós-modernos e o dos logicistas do Nome-do-Pai, o dos que consideram que não há mais desejo nem falta e o dos que os encontram ainda em todo lugar só que “desmentidos” ou negados por todos. Melhor. Afinal, nossa questão, como analistas, deveria ser mais restrita, pois visa os sujeitos que nos chegam, e não a população mundial ou do ocidente. Em vez de saber se o pai se foi ou não, assumamos que não há vida sem furo e nos perguntemos: é possível ainda em uma análise apostar no furo (do enigma, por exemplo, do sujeito suposto saber), para levar uma análise? Sempre será possível fazê-lo agir na transferência?
Em vez de criar uma clínica diferencial, em vez de dizer: tratamento com culpa e Nome-do-Pai para os clássicos e com compulsões e drogas substitutivas para os pós-modernos, nossa comunidade aborda o tema da falência do Pai em outros termos e passa a propor que talvez possamos nos orientar pela teoria da psicose mesmo onde ela não está evidentemente instalada. Nesses ambientes em que o Nome-do-Pai parece fora de cena, haverá lugar para nós, analistas? Colocada assim, a questão já encaminha uma frente de trabalho menos apocalíptica, uma vez que a psicanálise sempre lidou com aqueles campos da experiência clínica em que o Nome-do-Pai está fora de combate. Ali, a psicose é paradigma. Com ela poderemos apreciar, entre as defesas contra o real, aquelas que tornam a vida possível, e isso sem passar pelo Pai.[12]
Mas a coisa vai mais longe ainda, pois não é só o tratamento da psicose que se vê alterado, mas igualmente o da neurose. Todo um modo de abordar a experiência freudiana parece colocar o ato analítico nas proximidades do que Freud já definia, com Goethe: “toma o que herdaste de teus pais e torna-o teu”.[13] Havíamos acrescentado, com Lacan, e nisso ele se aproximava de Heidegger, que essa herança é algo não substancial, e sim vazio. Herdamos sempre um não-sei-o-quê que nos faz descendentes, nos inclui em uma linguagem. O sujeito mais autêntico, portanto, seria aquele que assumiu o impossível de uma fala que dissesse tudo, especialmente a verdade sobre a origem. É essa a fala plena no Lacan dos primeiros anos: uma fala que se sustenta no abismo que nos funda e faz dele companhia.[14]
O que seria esse movimento quando parece impossível contar com o vazio? A psicose ordinária é nosso campo de testes para isso. Em vez de trabalhar com entidades negativas como “vazio”, “desejo”, “hiância” e “falta-a-ser”, ela nos obriga a colocar as coisas em termos de desconexão e conexão, de amar e de trabalhar caso a caso, constituindo uma clínica das suplências generalizadas, dos modos de fazer e de gozar, dos usos das invenções, catástrofes e soluções que eles podem engendrar.
Passamos a contar com mais uma aposta de Miller, o último ensino de Lacan, uma invenção (em seus termos) estabelecida ao longo de anos de seu curso da Orientação lacaniana, para fazer valer esse modo de trabalho incidir não apenas no tratamento da psicose, mas também em uma análise.[15]
Nele, o nó borromeano tem papel de destaque, assim como a noção de um sinthoma, com “h” como quarto elo que vem dar ao nó que nos compõe hierarquia e estabilidade. Essa letra é inserida no termo “sintoma” por Lacan para nele incluir a marca de um tanto de vida que resta quando tudo sobre ela já foi dito e decifrado e que prossegue habitando nossos amores e dores, deles sustentando o estilo.[16] Vazio de sentido, talvez, mas não mais o puro vazio. Se é o sinthoma que em última instância sustenta nossa fala, o norte não será tanto o “seja o sujeito vazio que tu és”, mas “vire-se com seu gozo”, o que se enuncia por Lacan tanto como “identifica-te com teu sinthoma” quanto como “saiba fazer, ali, com ele”.[17] Anuncia-se a possibilidade de um trabalho analítico mesmo quando não se pode contar com a bússola da falta e da culpa. Dito em outros termos, a teoria do sintoma generalizado é não a paixão do múltiplo, mas um modo de pensar uma análise não integralmente no “assuma o vazio da castração”, que se vê ligeiramente deslocado em direção a um “ponha a mão na massa do que te leva na vida”.
Abre-se a ideia de uma pragmática psicanalítica que destoa, claro, do pragmatismo desenfreado de nossos dias, mas se afasta também das coordenadas heideggerianas da autenticidade. É a via aberta por Lacan quando inventa o objeto a. Esse objeto resto, contrapartida do sujeito e causa do desejo, impede que tomemos o desejo do analista como “puro” e o ato analítico como assunção do vazio. Lacan, inclusive, adverte que pensar o ato no campo de uma assunção da castração, sem levar em conta que ela é necessariamente outro modo de fazer com o objeto, com a massa de sua própria vida, leva e um “mito personalista do sujeito”.[18]
O que seria, então, um ato no campo em que o vazio não põe e dispõe? Para concluir com uma imagem disso, ocorreu-me a fala de uma criança que me foi contada recentemente. Diante de uma máquina de escrever elétrica dos velhos tempos, ela se admirou dizendo: “Olha! É um computador que já vem com a impressora acoplada”. O que é o novo ser vindo à luz por essa fala? É uma criação anômala, um casamento entre velho e novo, que evoca os filmes de Terry Gillian e que não seria possível para quem não estivesse a uma certa distância da pulsação desenfreada dos valores computacionais de hoje e ao mesmo tempo sem nenhuma razão para assumir que isso significa velhice desatualizada e decadência. Nesse sentido, a máquina-computador-impressora figura o que seria uma invenção a partir do sinthoma, uma solução por “celebrar as taciturnas núpcias entre a vida vazia e o objeto indescritível”.[19]
Essa solução só pode se instalar assumindo que o vazio não é feito de nada, mas de uma efervescência que chamamos gozo, uma satisfação que, mesmo fora de qualquer leitura, pode se tornar congruente com os restos de nossa história que sempre ressoarão.
A psicose ordinária é um modo de sustentar que, em tempos tão loucos, o psicótico ainda existe e continua, com sua liberdade negativa e violenta ironia, descompletando a fixidez do laço social. Com um pouco de sorte, ela pode abrir caminho para a invenção ao compor com os semblantes que derruba um novo caminho que, de quebra, ainda pode ensinar sobre o horizonte de uma análise − o da satisfação de só se poder fazer com o que não pode ser de outro jeito.
Marcus André Vieira é AE e AME da EBP-AMP. É professor assistente da PUC-RJ. É autor de: A ética da paixão. Rio de Janeiro: Zahar, 2001; Restos. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2008; A paixão. Rio de Janeiro: Zahar, 2012; Mães (com Romildo do Rêgo Barros). Rio de Janeiro: Subversos, 2015.
E-mail: <O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.>.
* Texto apresentado no II Colóquio da EBP /ICP-RJ, A psicose ordinária, em 27 jun. 2009. Publicado em Arquivos da Biblioteca, Rio de Janeiro: EBP-Rio, n. 7, 2009. Agradecemos ao autor pela amável autorização de publicação do artigo neste número de Derivas analíticas.
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Referências
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[1] Cf. MILLER, 1996, p. 190-200.
[2] MILLER, 1996, p. 192. Apenas recentemente Miller retomou essa passagem a partir de um texto inédito de Lacan, Orientação lacaniana, aula de 4 jun. 2008 e LACAN, J. Transferência em Saint Denis? Ornicar?, n. 17/18, p. 278, 1979.
[3] LACAN, (1972) 2003, p. 475.
[4] MILLER, 1996, p. 191.
[5] MILLER, 1997, p. 156.
[6] Cf. LACAN, (1955-1956) 1985, p. 124. Porém, vale lembrar o quanto Lacan é transestrutural mesmo quando não o é, por exemplo, quando afirma: “nada se parece tanto com uma sintomatologia neurótica quanto uma sintomatologia pré-psicótica” (idem, p. 219).
[7] Cf. MILLER, 1999, p. 250. O termo “ordinário” deve ser lido mais como “comum” que “vagabunda” (como tendemos a ler o adjetivo quando traduzido diretamente para o português), a menos que aproximemos “vagabunda” de “errante”.
[8] Cf. BROUSSE, 2005, p. 36.
[9] Cf. GUÉGUEN, 2002.
[10] Como, aliás, ao propor “letramento” em lugar de “alfabetização”, defendem hoje as teorias da alfabetização, que, elas também, parecem ter acompanhado o Zeitgeist (cf., p. ex., SOARES, M. Letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1999).
[11] LAURENT, 2009 ou LAURENT, 2003/2004, p. 54.
[12] Cf. LACAN, (1975-1976) 2007, p. 12 e sobretudo o Scilicet dos Nomes-do-Pai. In: Opção lacaniana, n. 50. São Paulo: EBP, 2007.
[13] FREUD, (1913) 1972, p. 188.
[14] Cf. por exemplo: “A função da linguagem não é informar mas evocar, o que busco na fala é a resposta do outro. O que me constitui como sujeito é minha pergunta” (LACAN, [1953] 1998, p. 301).
[15] MILLER, 2005, p. 6-24.
[16] Tanto para a topologia do quarto elo quanto para o “h” do sinthoma de Joyce, cf. LACAN, (1975-1976) 2007, p. 12 e 18, além, entre outros, do verbete “nó”, de Pierre Skriabine, no “Scilicet dos Nomes-do-Pai” (op. cit).
[17] Cf. MILLER, 2000.
[18] Cf. LACAN, (1962-1963) 2005, p. 344.
[19] LACAN, (1965) 2003, p. 205.