A resistível ascensão do gadget*

Judith Miller

 

Apresentação 

Sérgio Laia 

O texto que será lido a seguir foi escrito por Judith Miller (1941-2018), Presidente, por muitas décadas, da Fondation du Champ Freudien. A partir dessa função e de seu vivo engajamento à causa analítica, Judith Miller se tornou uma presença decisiva e inesquecível no que Jacques Lacan, seu pai, chamou de “movimento de reconquista” da “sega cortante”[1] da verdade freudiana. 

De início, esse texto foi apresentado em uma Jornada de Estudos de Corbeil, no dia 18 de junho de 1994. Juntamente com outras intervenções realizadas na mesma ocasião, ele integrou uma publicação intitulada Bibliothéque Confluents: la Psychanalyse et les gadgets, editada pela Association Cause Freudienne – Île de France. No Brasil, sua tradução foi feita por mim, a partir de uma autorização que a própria Judith Miller me concedeu e o publiquei, então, em 2008, no número 13 da revista Plural do Curso de Psicologia da FUMEC (Fundação Mineira de Educação e Cultura), da qual fui editor. Assim, se, na França, esse texto desde o início foi veiculado pelos circuitos da psicanálise de orientação lacaniana e do Campo Freudiano, aqui, no Brasil, pela inserção privilegiadamente universitária de uma revista que já não mais existe, ele corria o risco de ser tomado pelo que Lacan, certa vez, a propósito de uma tese universitária que procurava valer-se de seu ensino, evocou como “o âmbar quer aprisiona a mosca, para não saber nada de seu voo”[2]. Publicá-lo, portanto, de novo em português, como sugeri a Sérgio de Mattos, mas agora nesta rubrica “Aquele texto...”, em Derivas analíticas, uma revista de psicanálise, sustentada pela Seção Minas Gerais da Escola Brasileira de Psicanálise e que conta com toda a amplitude de difusão da internet, é não só conferir-lhe uma alcance maior e renovado, como também reinseri-lo no Campo Freudiano e na psicanálise de orientação lacaniana cultivados por Judith Miller ao longo de toda uma vida, e com marcas indeléveis em gerações que, como a minha, lhe será sempre grata. Importante também dizer que essa gratidão se estende agora a Ève Miller-Rose e Luc Miller, filhos de Judith e de Jacques-Alain Miller, pois eles amavelmente nos permitiram publicar, em formato digital e on-line, “A resistível atração do gadget”. Para essa nova difusão em Derivas analíticas, revisei a tradução anterior em algumas breves passagens. 

Já em seu título, o texto publicado a seguir, é de uma sagacidade e uma luminosidade que me capturaram desde a primeira leitura e, ainda mais, quando o traduzi e sempre que o leio. Afinal, se mais do que nunca no mundo contemporâneo temos provas do quanto os gadgets, esses objetos que proliferam no mercado para consumo, se apresentam como irresistíveis, o texto de Judith Miller nos convida a tomá-los, muito mais pelo contrário, ou seja, pelo que teriam de resistíveis. Para cingir como pode se processar essa inversão decisiva e surpreendente, prefiro (e aqui faço menção a uma expressão bem contemporânea) “não dar spoiler”, convidando-lhes a ler essa formulação precisa, preciosa e psicanalítica, transmitida como mais um legado de Judith Miller. Ela própria nos diz que escreve a partir de sua formação como filósofa, mas é particularmente sensível o quanto se trata de uma filósofa esclarecida – como tantas vezes nos demonstrou – pela renovação que seu pai, Jacques Lacan, marcou para sempre, e de modo insubstituível, a psicanálise.

 

Tomei, com seriedade, os textos que apresentam o programa desta Jornada e vi que aqueles que trabalham com a ciência foram convocados para estar aqui, juntamente com os psicanalistas e os filósofos. Deduzi que me era designado o lugar de filósofa. Estou um pouco incomodada, pois escolhi a parte epistemológica da filosofia e que foi a opção do físico Loup Verlet[3]. Para abordar a questão do gadget – desses objetos que, no texto escrito pela ACF-Île de France, foram definidos como “engenhosos, úteis ou não, divertidos por sua novidade e que se tornaram o veiculo preponderante da ciência e de suas conquistas tecnológicas” – tentarei definir as condições de seu aparecimento: eles constituem uma subclasse dos produtos, não da ciência, mas da tecnologia e, para distingui-los, evocarei simplesmente o laço que a racionalidade cientifica e a racionalidade tecnológica mantêm entre si. 

Da técnica à tecnologia, a precisão sobre a terra  

Pergunto-me, com efeito, desde quando os gadgets existem, em qual momento eles aparecem. Minha investigação foi orientada, evidentemente, pela ideia que eu já tinha do gadget, a partir da leitura de Lacan. Fui levada a pensar que os primeiros gadgets foram encontrados nos “diversos autômatos” ou “máquinas móveis”, e aqui eu cito Descartes, que lhes localizou a dupla face. Esses autômatos e máquinas móveis são, segundo ele, “as grutas e as fontes que estão nos jardins de nossos reis”. Podem ser também os relógios, as fontes artificiais, os moinhos, isto é, os objetos produzidos pela engenhosidade humana e que funcionam conforme os mesmos princípios daqueles que, no século XVIII, vão operacionalizar os autômatos de Vaucanson. E, no fundo a referência que Yasmine Grasser fazia a pouco sobre o lado um pouco obsoleto do autômato parece-me totalmente fundamental para a definição do gadget[4].

Esses princípios são aqueles da hidráulica e da mecânica nova. Essa mecânica nova, como vocês sabem, foi instituída pela física galileana, que, como diz graciosamente Koyré, “fez com que a precisão do céu descesse sobre a terra”. O traço distintivo que caracteriza a revolução intelectual e que fez nascer a ciência moderna é a precisão. Essa ciência galileana concebe o movimento de um modo completamente diferente do que havia sido feito até a sua época. O movimento, na física pré-galileana, era oposto ao repouso. Com Galileu, não é mais contrário ao repouso, o movimento é uma relação tanto constante quanto permanente. É um estado, assim como o repouso, pois sua uniformidade não deveria desaparecer, se não houver interferência de forças estranhas àquelas que ele coloca em relação.

Então, essa ciência galileana, justamente para medir com precisão o movimento, teve de inventar instrumentos de precisão, isto é, uma tecnologia. Antes de Galileu, de um modo bem evidente, os seres falantes, da Antiguidade à Idade Média, inventaram e renovaram as técnicas, mas, após essa revolução, a tecnologia me parece ocupar um lugar ao lado da técnica, ou mesmo me parece tomar seu lugar, deslocá-la. E, em suma, quando Descartes observa o que eu propus como os primeiros gadgets, logo lhe deduz a armadura conceitual da mathesis que os tornou possíveis e explicita, assim, as consequências sobre as relações que o homem, doravante, irá manter com a natureza. Eu diria que Descartes lança a palavra de ordem da tecnologia moderna: torna-se senhor e possuidor da natureza. A nova estrutura do conhecimento é aquela que passa pelo cálculo, que se antecipa com relação à realidade e que produz, nessa realidade, novos objetos, resultantes de cálculos. Ela, por vezes, constrói esses objetos para compreender essa realidade, para reproduzi-la e, concomitantemente, torna-se possível produzir uma nova realidade. Isso supõe que a nova estrutura do conhecimento dispõe de instrumentos, e de uma linguagem, que permitem exprimir resultados obtidos por esses instrumentos. Esses instrumentos e essa linguagem só se tornam disponíveis com a constituição da física matemática. Até então, de um modo bem evidente, como diz Koyré, os inventores, de Arquimedes a Vitruvio, passando pelos grandes arquitetos medievais das basílicas góticas, inventaram muito. Mas por vias diferentes – espirito de observação, empirismo – daqueles que a ciência galileana autorizaria. Com efeito, suas invenções não resultam de cálculos: quando são projetadas, suas descrições se fazem através de termos extremamente vagos e, consequentemente, suas realizações se efetivam através de juízos por estimativa e aproximação. Elas pertencem, segundo Koyré, “ao mundo do mais ou menos”. Ao contrário, os primeiros instrumentos científicos são precisos e autorizam a precisão da ciência que os produz. Koyré cinge a diferença entre o mundo do mais ou menos e o mundo da precisão. Ele utiliza um certo número de exemplos, que eu evocarei aqui. O alquimista, por exemplo, através das experiências que faz, é levado a fazer observações extremamente finas, mas radicalmente diversas daquelas do químico. O oculista consegue produzir objetos que permitem ver mas que são diferente  dos instrumentos de óptica: o oculista produz um objeto que prolonga os sentidos, enquanto que o opticista produz um objeto que encarna e materializa seus cálculos. O oculista permite, portanto, ao prolongar o sentido da visão, ver à distância o objeto que a visão humana poderia ver se ele lhe fosse próximo. Basta se aproximar do objeto que o oculista torna visível para que tal objeto seja sensível. Por sua vez, o opticista e, em particular, o primeiro opticista, a saber, Galileu, constrói instrumentos que permitem ver o que, sem eles, jamais seria visto. Descartes é um opticista que construiu uma máquina de talhar lentes parabólicas e, por isso, podia saber muito bem o que é colocado em série a partir dos gadgets do rei. 

Do mundo ao universo, o sujeito desaparece 

É preciso que o discurso do mestre se aproprie dos cálculos da ciência para que a familiaridade com a ciência se torne possível. A solução do problema tecnológico, contrariamente à solução do problema técnico, não vem satisfazer uma exigência do ser social que o ser humano é: ela vem satisfazer muito mais a exigência de um discurso que exclui o ser falante. Todavia, a relação entre a técnica e a tecnologia pode ser um pouco depurada. Com efeito, que a técnica satisfaça as necessidades, é precisamente porque a relação entre o homem e ele mesmo, entre o homem e a natureza, coloca uma questão à racionalidade que já implica a presença de certa concepção do que é que faz com que a necessidade possa ser ou não satisfeita. E, no fundo, é preciso indicar que a racionalidade científica, que se apoia sobre o problema tecnológico e o autoriza, é uma racionalidade que define o mundo onde as necessidades poderão se satisfazer de uma maneira totalmente diferente daquela definida pela técnica pré-científica.

Com efeito, a natureza, para a Antiguidade e a Idade Média, é um campo onde o ser falante deve poder encontrar seu lugar, e esse lugar já está reservado para ele. Por sua vez, o mundo da ciência moderna não é, precisamente, mais um mundo, porque ele não é mais ordenado. É um universo que é perfeitamente indiferente ao ser que tenta saber como ele funciona. Por isso, a ciência grega, embora tenha sido detentora do saber matemático, não foi capaz, segundo Alexandre Koyré, de fazer com que uma verdadeira tecnologia nascesse. Com efeito, pensar que há uma relação harmoniosa entre a natureza e o ser humano é, precisamente, pensar que a natureza é do mesmo registro que o ser humano. Em outras palavras: a natureza é do registro do mais ou menos, tal como a linguagem falada pelo ser humano, e não é conveniente pretender que essa natureza, pelo menos a natureza terrestre onde o homem vive, possa acolher a rigidez e a perfeição das entidades matemáticas, que não existem, segundo Platão, no mundo sensível, ou que são apenas, segundo Aristóteles, o produto de uma abstração.

Ao contrário, para que seja concebível aplicar as noções rígidas, exatas e precisas das matemáticas à realidade natural, é necessário visar que essa realidade não seja nem móvel, nem imprecisa, que ela não provenha do mais ou menos, que seja, de algum modo, homogênea aos cálculos com que o instrumento de medida possibilita a aquisição do conhecimento. O instrumento de medida toma posse da natureza precisamente porque a natureza fala a mesma linguagem que ele. Por conseguinte, essa natureza, efetivamente, não nasce para ser co-nhecida: ela é sem finalidade convergente com os objetivos de quem queira conhecê-la[5] – não há conivência entre a natureza e o sujeito do conhecimento. O saber cientifico, excluindo da natureza a possibilidade de uma relação prévia, de um lugar prévio ao sujeito, exclui de seu próprio propósito esse sujeito. Por isso, a natureza da ciência não tem nada em comum com o saber antigo, e a ciência da natureza tanto pode ser concebida como apropriável, quanto se pode apropriar dela rapidamente. 

O gadget, objeto do discurso do mestre

O problema tecnológico, como articulação entre a ciência e o discurso social – na medida em que o discurso do mestre se apropria menos do discurso da ciência do que do discurso engendrado pela ciência como discurso tecnológico –, não confere o estatuto de gadgets a todos os objetos cuja produção é permitida pelas diferentes ciências. Se o tecnológico se diferencia do técnico, e nem tudo que é tecnológico é da ordem do gadget, o gadget se distingue por suscitar uma demanda nova, ao invés de simplesmente satisfazer, de uma forma nova, uma demanda já existente. O gadget é, portanto, o objeto tecnológico apreendido no discurso do mestre e no circuito do mercado. Por isso, ele pode se oferecer com fútil, e mesmo como inútil, ao menos para o avanço do discurso cientifico. Enquanto a racionalidade cientifica pura procede segundo uma lógica da qual o sujeito é excluído, eu diria que o gadget, por sua vez, permite ao sujeito retornar à ciência aplicada, que se endereça a ele. Ao se endereçar ao sujeito, a ciência aplicada o capta, e mesmo o cativa, fazendo com que ele responda a sua oferta pela criação de uma demanda.

O domínio da natureza, antecipado por Descartes, toca aqui um ponto de reversão que, acredito, uma história de Alphonse Allais ilustra com muita graça. Um amigo o convida à sua casa para lhe mostrar uma nova aquisição: um telefone. Esse amigo lhe explica o que é um telefone, o quanto esse instrumento é maravilhoso: “Basta que um amigo me chame, me ligue, e eu logo posso respondê-lo”. Alphonse Allais retruca: “Que horror! Que coisa horrível. Como um serviçal, você responde logo que o chamam”. Eu diria que o domínio da natureza foi deslocado aqui. O homem não a possui, nem a domina mais: é, ele mesmo, que lhe é dependente. Ele encontra, nessa dependência, um gozo particular, assujeitando-se a um mestre que não visa nada menos do que captar seu desejo, fazendo-o tomar a via de um circuito calculado cujo automatismo lhe permanece, com muita frequência, indecifrável, por mais familiar que ele possa se tornar. Essa servidão, como toda servidão, por ser provocada, não é menos voluntária. Ela é ainda mais voluntária porque o sujeito, tal como no jogo, não dá seu assentimento a nada além do que a um sistema rigoroso de regras sem, contudo, poder agenciá-lo porque desconhece as leis que o geraram. Quanto mais misterioso o enigma do circuito do gadget permanecer, quanto mais o domínio, ou a ilusão de domínio, for obscuro a seu utilizador, mais o sucesso do gadget estará assegurado. Quando Yasmine Grasser fala do Unheimlich[6] do gadget, acredito que ela indica perfeitamente bem em que a utilização dessa subclasse de objetos tecnológicos é fascinante: a forma de usar o gadget está sempre disponível e explícita, mas nem por isso a lei à qual ele responde é liberada – o objeto conserva seu segredo. 

O desvio da libido 

Em suma, Koyré distinguia a sabedoria antiga e a não-sabedoria moderna dizendo que a primeira buscava, antes de tudo e sobretudo, ensinar ao ser falante a  passar ao largo das coisas que ele desejaria ou que teria podido desejar, ou seja, ensinar ao ser falante renunciar a todas as coisas boas do mundo – precisamente porque, para a sabedoria antiga, existia o “co-nascemento”[7]. A desarmonia, na sabedoria antiga, é resultado do excesso do desejo que vem perturbar a ordem estabelecida. A sabedoria moderna, por sua vez, se dedica a provocar o desejo, isto é, a captar a libido por objetos que se tornam verdadeiras próteses. O desejo provocado permanece suspenso ao objeto do qual ele não poderia mais se desinvestir e que, assim, pode chegar até a estorvar o sujeito ou, ainda, devido às variâncias próprias ao gadget, pode vir a inscrever esse sujeito em uma metonímia indefinida por definição.

Com efeito, qual é a diferença que existe entre um objeto de coleção e um gadget? Diria que o objeto de coleção é um objeto que, sem tomar o lugar de um outro na série, coabita com os outros objetos da coleção em sincronia. O objeto gadget também faz série, mas vem sempre se substituir ao penúltimo, revelando, assim, sua sempre eminente vocação de dejeto. 

O gadget ou o objeto a 

Para concluir, tentei esclarecer para mim mesma o que queria dizer “o gadget e a psicanálise”. Direi que, se o ser falante se reconhece no rastro dos restos que ele deixa, é notável que, com relação a esses pega-libido que são os gadgets, o discurso do mestre seja perfeitamente claro. Ele demanda, hoje, que essas diferentes produções tecnológicas sejam biodegradáveis, isto é, não deixem nenhum rastro ou que, pelo menos, possam ser reconvertidas em seus substitutos, ou seja, possam ser, como se diz muito bem, “recicladas”. Trata-se de um reconhecimento de culpa (aveu). O objeto, por antecipação, convoca um outro – engodo análogo a uma renovação consagrada à substituição do antigo. Nem por isso ele deixa de ser, nesse contexto, um objeto causa do desejo. Por sua vez, a psicanálise, sobre a qual se repete sempre que seu sujeito é o mesmo que aquele da ciência, produz, ela também, um objeto que eu diria que é o oposto do gadget, na medida em que a produção do objeto a, autorizada por um tratamento analítico, implica um objeto que, se houver conclusão do tratamento, não faz série. Trata-se de outra forma de dizer que a psicanálise reintroduz o sujeito, permitindo-lhe produzir um objeto que o simbólico não pode absorver, um verdadeiro resto, um resto real convocado a não desaparecer, posto que ele sempre esteve aí. Pelo simbólico, uma psicanálise consegue que esse real venha à luz.

Uma vez que uma ciência traz à luz objetos reais e objetos-gadgets, eu interrogaria de bom grado os psicanalistas sobre o estatuto do objeto a, se eles zelam para não fazer desse objeto um gadget

 


 

Referências bibliográficas

 

KOYRÉ, A. Études Newtoniennes. Paris: Gallimard.

KOYRÉ, A. Études d’histoire de la pensée scientifique. Paris: Gallimard.

 

[1] LACAN, J. Ato de fundação (1964). In: ____. Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p. 235.

[2] LACAN, J. Prefácio a uma tese (1969). In: ____. Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p. 399.

* Publicado originalmente em: Bibliothéque Confluents: La Psychanalyse et les gadgets. Paris: Corbeil-Essones/ACF Île de France, 1994, p. 31-37. Por sua vez, a tradução em português saiu, pela primeira vez em: Plural. Revista do Curso de Psicologia da FUMEC. Belo Horizonte, n. 13, 2008, p. 7-13. Tradução: Sérgio Laia. Para esta nova publicação da tradução em Derivas analíticas, contamos com a autorização de Ève Miller-Rose e Luc Miller, a quem agradecemos, bem como foi feita, por Sérgio Laia, uma revisão da primeira tradução publicada.

[3] N.T.: O físico Loup Verlet também participou dessa mesma jornada de estudos, com o texto “O gadget como sintoma do estado do mundo”. A intervenção de Verlet se encontra entre os textos da publicação francesa citada na nota anterior, p. 48-53.

[4] N.T.: A intervenção de Yasmine Grasser, “Do gadget ao sintoma”, realizada durante a mesma Jornada em que Judith Miller proferiu o presente texto, foi publicada, em Bibliothèque Confluents: la psychanalyse et les gadgets, p. 21-25

[5] Com a frase “nasce para ser conhecida”, procurei fazer jus, em português, à homofonia francesa do verbo utilizado por Judith Miller: no texto original, ela grafa “conhecer” (connaître) como co-naître, valendo-se da homofonia com “co-nascer”, indicando-nos um “nascimento” do conhecimento em que os objetivos daquele que conhece se convergiriam às finalidades da natureza.

[6] N.T.: Termo alemão com que Freud procurava designar a estranheza que, ao mesmo tempo, parecia familiar. Tem sido traduzido, mais recentemente, como infamiliar. Por sua vez, a referência a Yasmine Grasser tem a ver com o que ela mesmo apresentou na Jornada de Estudo onde Judith Miller fez a intervenção resultante deste texto (ver nota 3, acima)

[7] N.T.: No texto original, encontramos a grafia co-naissance Na tradução acima, coloquei entre aspas o que, em português, forjei como um neologismo para dar conta, mais uma vez, da homofonia francesa entre “conhecimento” (connaissance) e “co-nascimento” (co-naissance).

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